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O Berbere

O Berbere (2015) - Capítulo I - Ahl Souss - Amanheceu com o leve sopro quente do Sahara cortando o ar pela pequena abertura na entrada da tenda, deitado sobre o macio tapete de algodão o rosto de Samir ainda adormecido foi tocado pela leve brisa como um anjo que suavemente passa a mão carinhosamente para acordá-lo, aos poucos sente a consciência que está na hora de levantar e preparar-se para mais um dia de caminhada.

 

O corpo ainda indolente insistia em permanecer na posição que se encontrava mesmo sabendo a necessidade de ter que iniciar a o dia. Abriu os olhos e percorreu atentamente o teto elevado da tenda apoiado num mastro vermelho reluzente finamente decorado com imagens de máscaras douradas, certamente trabalhadas à mão, intercaladas na cor verde esmeralda e vermelho vivo, figuras de cavalos a galope seguiam em espiral até à base fincada na fina areia do deserto.

 

Pequenos raios de luz desciam pela abertura do mastro de sustentação até iluminar o chão, vez ou outra tocando os adornos e fazendo com que estes reluzissem em todas as direções permitindo que o interior se clareasse o suficiente para poder distinguir os demais entalhes presentes. Era maravilhoso poder admirar tão belas representações da habilidade humana apenas para seu deleite.

 

- Preciso de uma bacia de água para lavar o rosto ou não sairei deste estado letárgico tão cedo! - Resmungou Samir ainda sonolento e bocejando.Olhou em volta, afinal não estava num lugar comum, pelo contrário, costumava pernoitar sob a luz das estrelas como todos os seus ancestrais o faziam antes dele, porém este caso era diferente, havia chegado ao acampamento do Emir Ikrimah Alzahara, O Radiante, senhor de todas as terras entre as cidades de Fquih Ben Salah e Beni Mellal.

 

Não por acaso se encontrava ali, o convite havia sido feito por ninguém menos que Husam al Din, o Espada da Fé filho do Emir. Eram amigos desde a infância quando as caravanas já haviam sido mais abundantes na travessia do deserto, e as incursões pelos locais desconhecidos das cidades onde nasceram eram para eles ainda um grande mistério a ser desvendado e como tal, fazer novas amizades era parte desse ritual de descobrimentos.

 

Husam al Din tinha a mesma idade que Samir com pequena diferença de alguns meses a favor deste último o que o tornava mais velho, não obstante isso nunca fora um impedimento para que perpetrassem uma amizade longa e duradoura. Vez por outra se livravam de algumas confusões quando resolviam subtrair frutas que ficavam expostas ao longo dos cestos enfileirados no Souk, tradicional mercado de rua dos povoados, não era tanto pela fome que o faziam, até porque não a tinham, mas pelo simples fato de que era possível fazê-lo e sabiam disso! Essa era a única razão viver perigosamente!

 

Precisava despertar e ali estava ela, a bacia, sobre uma pequena mesa com uma jarra de água límpida e transparente ao lado. Como tudo no acampamento do Emir esta também possuía um refino muito peculiar que chamava a atenção até de quem estava acostumado com as riquezas e abundâncias constantes, o que não era o seu caso. A bacia era esmaltada e rasa, decorada com flores que convidavam á sua utilização. A água não era muita, mas como tudo no deserto, nada podia ser desperdiçado e o liquido precioso da vida estava dentre eles, mas seria o suficiente para que despertasse.

 

Ao contrário do que a maioria pensa, o Sahara possuí aquíferos gigantescos no subsolo, a dificuldade está em perfurá-los pela grande profundidade em que se encontram, mas o sabor da água do deserto é incomparável a qualquer outra existente, pelo menos das que Samir já tinha provado e neste oásis chamado Ahl Souss entre as duas cidades, essa água era bastante abundante.

 

Enquanto despejava a água da jarra também decorada que fazia conjunto artesanal com a bacia, observava no espelho as marcas dos anos no próprio rosto agora com algumas mais visíveis, não tão profundas para os seus 35 anos, mas a cicatriz na face direita o fazia lembrar os caminhos tortuosos por lugares tão incertos. O tom acastanhado da pele também lhe mostrava os milhares de quilômetros de deserto percorridos ao longo dos anos, e as incontáveis noites dormidas no lugar que tanto admirava e tinha voltado de tão longe para dele jamais sair. Estava em seu sangue berbere amar a vida do deserto em Amerruk como os berberes chamavam seu país.

 

Se soubesse o quanto já havia caminhado e cavalgado durante toda a sua vida, tanto no lombo de um camelo, cavalo ou mesmo a pé, por vezes apenas para poupar o seu companheiro de tantas viagens, assim como para poder sentir a areia abrindo espaço sob seus pés, talvez fosse capaz de saber quantas voltas ao redor da Terra já tinha dado para cada passo que dava em direção ao seu destino.

 

Samir nascera em 1870 no Norte da África na cidade de Khouribga, Sultanato de Marrocos, antigamente chamado de Amerruk, na parte central que liga a Grande Casablanca à cidade de Marrakesh, um ano de muito calor e muitas mudanças segundo lhe disseram anos mais tarde.Era filho de uma tradicional família berbere como tantas outras que formavam aquela tribo os Imazighen, ou seja, "homens livres", ainda viviam em tribos mesmo em cidades. Existem costumes que não se modificam nem mesmo com o passar do tempo, e alguns devem ser mantidos, ou pelo menos tentar a todo o custo para que a razão da existência dos antepassados não se perca nas areias do tempo.

 

Por vontade de Allah foi o terceiro de cinco filhos, seus pais que em sua opinião viveram tempo demais por terem visto as mudanças que o progresso trouxe ao seu modo de vida, e que antigamente se resumia apenas em viver um dia de cada vez, não como se fossem os últimos, mas sim o primeiro, haviam partido há muito. Achava que tinham se despedido desta vida mais pela razão do desgosto e pelos novos tempos do que efetivamente pela idade avançada.Esta era sua opinião e não tinha intenção de terminar seus dias da mesma forma, queria viver o que fosse suficiente.

 

Seus pais se casaram cedo como sempre deve ser feito, nem muito antes, nem muito depois de estarem prontos, mas no exato momento em que duas pessoas se encontram e na simples troca de olhares sentem o pulsar interior que como um “estalo” ensurdecedor apenas para entre si lhes avisa: - Olá, eu sou a outra metade e estou esperando há muito tempo!

 

Os casamentos arranjados eram tradicionais, mas se houvesse a recusa por parte de um dos noivos antes da entrega do dote, novas escolhas poderiam ser feitas e assim tinha sido o encontro entre seus pais, da melhor forma que uma história de amor poderia ser contada e que durou o tempo que foi necessário.

- Isso nunca chegou a me acontecer... – dizia Samir em voz baixa enquanto mergulhava as mãos em forma de concha na bacia e lavava o rosto seguidas vezes.

 

É claro que havia Layanah, mas pelo que se lembrava não tinha sido dessa forma com um “estalo”, que imaginava ser algum tipo de relampejar silencioso dentro da cabeça ou do corpo, que como um alarme biológico avisa que estamos em risco de mudarmos de vez a nossa vida, ou ela mudará para sempre com ou sem o nosso consentimento. - Simplesmente assustador! – pensou em voz alta. Layanah tinha sido um sentimento longo e demorado que o havia invadindo e a seus pensamentos por longos anos, ficando mais presente justamente quando não mais podia vê-la no período em que ele precisou estudar em Paris a convite de Henri de la Martinière, o arqueólogo francês.

 

- Um completo vazio em seu interior era a ausência de Layanah em sua vida... - pensamentos tão distantes que mesmo agora e passados quase vinte anos parecia que tinha sido ontem que corria por entre as casas com a velocidade do vento, descalço, sentindo o calor e suor gratificante escorrendo por seu corpo enquanto se debruçava na fonte da praça principal para beber a água deliciosa que semeava a vida por onde passava. E assim, sem nenhum aviso viu o amor de sua vida pela primeira vez na companhia de Husam al Din, que viria a ser seu grande amigo e companheiro.

 

Uma voz interrompeu seus pensamentos bruscamente. - Samir! Há quanto tempo querido amigo! – adentrou pela abertura da tenda o Espada da Fé, seu amigo Husam al Din. - Salamu Aleikum! “Que a paz esteja sobre vós” – complementou de braços abertos.

 

- Wa Aleikumu Salam, Husam! “E sobre vós a paz” – retribuiu Samir estendendo-lhe os braços para mostrar todo o seu apreço e admiração pelo velho amigo de tantas aventuras, ainda que a contragosto não mais se vissem tanto quanto gostaria e como antigamente. – Abrace-me meu amigo, que prazer enorme em revê-lo! – dizia com evidente comoção e alegria na voz.

 

Pensava que quando faziam coisas que gostavam tinham a impressão que o tempo nunca seria o suficiente e que o mundo todo os observa silenciosamente, assim acontecera entre ambos. – Samir, Samir! Você não mudou nada desde que o vi pela última vez – disse Husam visivelmente animado em ver o amigo de longa data.

 

- Faz muito tempo meu amigo, pensei encontrá-lo já com muitos filhos correndo à sua volta! – Samir sorria abundantemente. – Mas pelo que vejo ainda está por aparecer aquela que laçará seu coração! – sorriu novamente. Husam olhou firmemente para Samir com uma troca de olhares muito reveladora de que o convite para o acampamento não se tratava apenas de saudosismos e confraternização. – Gostaria muito que as circunstâncias em que estamos nos encontrando fossem melhores, mas vamos nos sentar na companhia do meu velho pai, o Emir e lhe explicarei melhor o motivo pelo qual o chamei, meu amigo – respondeu-lhe Husam com certa apreensão.

 

Samir apressou-se para terminar o que estava fazendo e não demorou mais do que o suficiente para seguir Husam que o aguardava pensativo olhando o deserto pela abertura da tenda, agora generosa e que mostrava quase todo o acampamento, não tinha percebido o quanto este era grande. Na noite anterior chegara tarde e fora do horário previsto, um criado do Emir o conduziu para a tenda que considerou maior do que o necessário para seu repouso, mas sabendo da hospitalidade de seus velhos amigos não poderia esperar menos do que isso.

 

Assim que entrou no interior onde pernoitaria pôde verificar que frutas frescas o aguardavam dispostas na mesa redonda e baixa sobre o tapete perto das almofadas o que muito lhe agradou e com a fome que estava, pois havia cavalgado por horas a fio na intenção de chegar o mais breve possível, fez uso de algumas ao mesmo tempo em que saboreava as deliciosas azeitonas. Não se demorou e finalizou com um chá de hortelã - thé à la menthe – como é o costume milenar. Logo tinha adormecido como um Sultão em seu palácio e o sono profundo veio sem que o provocasse. Via a face do Layanah, mas não compreendia o que lhe dizia assim como não compreendia aquela outra mulher que irradiava tanta luz com seu olhar.

 

Não havia percebido que Husam já estava fora da tenda enquanto estava absorto em seus pensamentos. Apressou-se para caminharem juntos animadamente em direção á tenda principal onde o Emir os aguardava pacientemente como é hábito do povo berbere. Dizem que nada pode se mover mais rápido do que a areia do deserto durante a tempestade, portanto, a menos que uma tempestade estivesse por vir a vida seguiria seu curso normal no seu próprio tempo. Ikrimah Alzahara levantou-se e apertou a mão de Samir levando em seguida a própria mão ao coração em sinal de respeito e amizade enquanto dizia a tradicional saudação dos árabes Darija. - Salamu Aleikum, Samir! – cumprimentou o Emir.

 

O velho Alzahara não estava tão forte e vigoroso como se lembrava dele, ainda que ele e Husam se vissem com alguma frequência, o mesmo não se aplicava ao restante de sua família. Pensou, lembrando-se de Layanah. - Wa Aleikumu Salam! Ikrimah Alzahara – disse-lhe com um sincero sorriso enquanto levava a sua mão também ao coração. Ao mesmo tempo pequenas mesas redondas e baixas eram dispostas ao centro sobre os belíssimos tapetes bem colocados e alinhados no chão, assim como os cobertores dobrados nas paredes da tenda finamente bordados com os motivos tribais do Emir.

 

Sentaram-se ao redor da mesa principal e uma das maiores destinada ao anfitrião e seus convidados e desta forma foi-lhes servido Msemmen - um tipo de massa de crepe fina que acompanha os queijos frescos com a manteiga e geleia, por vezes de tâmaras outras vezes de damascos - neste caso ali estavam as duas.

Conjuntamente havia o Beghrir - uma massa um pouco mais espessa que a anterior - nada poderia faltar, nem mesmo as preciosas azeitonas apimentadas e o Batbout - o pão de todos os dias - para beber, café bem forte e amargo e sucos de tâmaras e toranjas, esta última ácida e azeda com uma doçura latente. - É bem vindo ao meu acampamento, Samir! – disse o Emir em tom bem sereno. – Pedi a meu filho Husam que o chamasse porque sei que dentre todos os que ele preza você é seu preferido – olhava-me atentamente enquanto bebia um gole de café ainda fumegante.

 

- Vim assim que pude Emir, mas não sei ao certo além do imenso prazer em vos ver, qual outro assunto poderia ser tão importante para ser chamado à sua presença? – pausou. - Entretanto, como é nosso costume, aqui estou para ouvir o que tenha para me dizer e como sempre, ao seu serviço, Ikrimah Alzahara – parou por um instante lembrando-se que o Emir não aprovava seu interesse por Layanah sua filha e olhou com apreensão para Husam al Din.

 

- Estamos em 1905 Samir, nada mais é como antes, os tempos mudaram, acho até que os ventos do deserto já não sopram da mesma maneira, nem para o mesmo lado – fez uma pequena pausa para ver se Samir compreendia suas palavras e continuou. – Estou velho e o progresso do ocidente está nos alcançando na procura do Ouro Negro e cada vez mais nos empurra para o interior do deserto – suspirou profundamente Alzahara.

 

Entendia perfeitamente sobre o que falava, tinha visto muitos estrangeiros perfurando o imenso deserto ao largo das cidades principais com suas grandes e barulhentas máquinas que subiam e desciam interminavelmente. As cidades por sua vez tornavam-se lugares de assentamento permanente de outros grupos que aos poucos deixavam de ser nômadas pelas comodidades que os grandes centros lhes ofereciam, nem notavam que estavam abrindo mão se sua liberdade em troca de alguns dirhams e uma riqueza que jamais poderia lhes pertencer.

 

- Então Samir, o que vou lhe contar tem ficado em segredo por gerações em nossa família e não o revelaríamos se não fosse profundamente necessário que alguém com o seu conhecimento pudesse nos ajudar – o Emir fitava-o diretamente nos olhos como se quisesse ler seus pensamentos mais profundos, mas nada tinha a esconder, era como um livro aberto e fácil de ser lido entre amigos.

 

- Há milhares de anos existiu um povo que dominava estas terras e as outras do outro lado do oceano que banha nossa costa e que agora chamamos de Europa, o oceano era mais baixo e a travessia bastante fácil – fez uma pausa. – Esse povo reinou soberano por mais de 50 mil anos e finalmente num dia e numa noite tudo se foi, simplesmente acabou. Foram varridos do mundo sem que deixassem vestígios de que por aqui passaram – Samir já ouvira aquela história centenas, senão milhares de vezes.

 

Não se surpreendia em nada e ouvia atentamente, pois era comum em acampamentos noturnos em volta das fogueiras à noite os contos sobre os antigos e seus feitos, os grandes barcos reluzentes e os templos de ouro. Alguns acreditavam que ainda restaram algumas cidades soterradas no grande deserto do Sahara, mas nada havia sido encontrado até então. Ademais, por ter estudado na França sabia dos mitos das cidades submersas ao redor do mundo. Voltou a atenção novamente para Husam e seu pai.

 

- Como lhe dizia, é de nosso saber que existe um lugar que guarda todo o conhecimento dessa civilização depois de ter sido descoberto acidentalmente alguns escritos num lugar distante daqui. Acredita-se que existam papiros, manuscritos, ferramentas e objetos nesse local... – Alzahara ficou de pé esfregando as duas mãos enquanto andava vagarosamente de um lado para o outro. – Infelizmente o último que sabia sua exata localização e que era mantida em segredo, morreu há algum tempo – pausou o Emir.

 

- Ao que sabemos é bem possível que com toda essa movimentação em volta do petróleo o povo do ocidente esteja muito próximo de descobrir esse local, avançam a passos largos e temo que todos não estejamos preparados para o que está guardado desde sempre naquele lugar, mas também não temos como impedir que venha a ser descoberto, a menos que façamos alguma coisa para que continue longe dos olhos e mãos humanas até que possamos entender o que aquilo tudo significa! – parou bruscamente como se buscasse inspiração para continuar a sua narrativa. – É necessário nos anteciparmos a encontrar esse lugar novamente, e este é o motivo de sua vinda - concluiu Alzahara.

 

Nesse momento Husam que também já havia se levantando colocou a mão no meu ombro e pausadamente assentou. - O que meu pai está lhe dizendo Samir é que todas aquelas histórias que ouvíamos falar são verdadeiras e somos descendentes de um povo que já dominou toda a terra conhecida e que por vontade de Allah deixou de existir para que nós recomeçássemos e o repovoássemos com nossas sementes. Mas não antes de deixarem guardado todo o conhecimento para que as futuras gerações pudessem fazer uso – Samir observava atento a cada palavra ouvida.

 

Olhou para os dois homens sem deixar transparecer que tudo o que haviam dito parecia a mais profunda loucura a não ser pelo fato de ele mesmo era sabedor que aquelas pessoas ali em pé não se dariam ao trabalho de trazê-lo de tão longe para simplesmente lhe contarem uma história de roda de fogueira ao sabor da noite. Algo mais estava oculto naquele discurso e pretendia apurar os fatos assim que possível. Levantou-se de um único impulso, olhou para ambos e decidiu que era hora de entrar na conversa. – Meus amigos, ainda que não veja motivos para que essa história não seja verdadeira, não vejo como posso ajuda-los?

 

Husam e o pai entreolharam-se e aproximando-se de Samir o velho Emir tomou a palavra e disse-lhe com voz pausada: - Em tempo Samir, em tempo! - desta forma afastou-se em direção à saída da tenda e com um gesto do braço direito abriu a fenda e saiu. Uma lufada de ar fresco entrou por todo o recinto e Husam abraçou-o de forma fraternal e antes de tomar o mesmo caminho do pai com um breve comentário confirmou que se veriam na ceia.

 

Samir ali permaneceu por mais alguns minutos apreciando a bela decoração, cada tribo possuía sua própria característica como se fosse uma marca, exatamente como os escoceses fazem até hoje. Ainda num impulso pegou mais algumas azeitonas convidativas e saiu colocando-as na boca na medida em que caminhava para o seu cavalo. Precisava ver como estava a montaria, era seu melhor companheiro de viagem e dependia que estivesse alimentado e descansado para seguir viagem assim que possível. A vida no deserto não admitia erros e já tinha perdido muitos amigos por estes não se terem dado ao trabalho de cuidarem daqueles de quem mais precisavam nas travessias, seus próprios animais.

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